saude
ROTAVIRUS A
E SUA PROFILAXIA VACINAL
Paulo Sérgio Sucasas da Costa, 1 Divina das Dôres de Paula Cardoso 2 e Sandra
Josefina Ferraz Ellero Grisi 3
RESUMO
Objetivo: revisar os aspectos microbiológicos, epidemiológicos, clínicos e de prevenção da gastroenterite por rotavírus. Metodologia: foram consultadas as publicações mais relevantes dos últimos 30 anos em periódicos especializados nacionais e internacionais (banco de dados:
Medline e Lilacs). Conclusões: os rotavírus constituem a principal causa de diarréia severa na infância, tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. O efetivo controle da doença será alcançado com uma vacina eficaz, para uso em larga escala, e que assegure a proteção contra os episódios diarréicos mais severos, particularmente nos dois primeiros anos de vida.
Após a suspensão do uso da vacina tetravalente de origem símio-humana, novas candidatas têm surgido como perspectiva profilática. A contínua vigilância das amostras de rotavírus circulantes é fundamental para o desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz.
DESCRITORES: Rotavírus. Vacinas. Diarréia.
ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DOS ROTAVÍRUS
Os rotavírus são vírus icosaédricos de aspecto radiado e constituem um gênero distinto da família Reoviridae (96). Têm partícula viral íntegra com diâmetro em torno de 70 nm e apresentam diversidade antigênica e genômica, o que permite diferenciá-los em sete grupos, denominados de A a G (39). Estruturalmente as partículas virais são compostas por três camadas protéicas (Figura 1): o capsídeo externo, o capsídeo interno e o core, que contém o genoma viral com 11 segmentos
1 Departamento de Pediatria e Puericultura, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de
Goiás (UFG).
2 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, UFG.
3 Instituto da Criança, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Endereço para correspondência: Dr. Paulo Sérgio Sucasas da Costa, Rua J-34, n. 240, quadra 60,