saude e sociendade
Rev. Bras. Ciênc. Esporte vol.35 no.2 Porto Alegre abr./jun. 2013 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32892013000200017 ARTIGOS DE REVISÃO Estruturas elásticas e fadiga muscular INTRODUÇÃO
A fadiga muscular é um fenômeno que envolve mecanismos complexos em diversos sistemas do corpo humano. Costuma-se definir fadiga pela incapacidade de manter certa tarefa ao longo do tempo. Duas propostas para explicar a fadiga são, em geral, apresentadas. A primeira, e mais antiga delas, está baseada no colapso total, ou seja, devido à depleção de substratos, acúmulo de metabólitos, falhas na ativação, alteração do fluxo de cálcio e dificuldade de estabelecimento de pontes cruzadas entre actina e miosina, o músculo se torna incapaz de produzir força (AMENT; VERKERKE, 2009).
Uma segunda proposta, que surgiu nos últimos anos, se baseia na prevenção organizada por um comando central (central governor). Segundo os pesquisadores dessa linha, a tarefa seria interrompida antes, justamente para prevenir o colapso total (BARON et al., 2007; AMENT; VERKERKE, 2009). Estudos têm demonstrado que músculos fadigados, a princípio, mantém sua capacidade de produção de força quando submetidos, por exemplo, à estimulação elétrica (BARON et al., 2007; TAYLOR; GANDEVIA, 2008). Esses resultados sugerem que a interrupção de uma tarefa ou gesto motor não está restrita aos fenômenos locais que acontecem no músculo.
Deste modo, a origem da fadiga muscular está ainda em discussão. O que se pode observar, no entanto, é a modificação do desempenho em resposta à fadiga. Nesse sentido, este estudo bibliográfico busca descrever as alterações nos elementos contráteis e elásticos envolvidos nos mecanismos de contração muscular em resposta ao exercício extenuante e sua relação com o desempenho na locomoção. MECANISMOS CONTRÁTEIS E NÃO-CONTRÁTEIS DE PRODUÇÃO DE FORÇA
A célula muscular possui uma capacidade