Saude Publica2
O conceito de saúde
O artigo tem como proposta uma revisão crítica do conceito de saúde empregado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, que a define como sendo uma ‘’situação de perfeito bem-estar físico, mental e social’’.
Considera-se hoje utópica e irreal, dado que o conceito de ‘’perfeição’’ é impossível de ser totalmente definido e alcançado. Uma importante pontuação feita foi a de que a angústia, quando dentro dos limites, caracteriza algo presente na vida de todo e qualquer ser humano. Para Freud e a psicanálise como um tudo, esse estado de perfeita felicidade é impossível, dado que a civilização e constituição de sociedade fundamentam-se na abdicação de parte de sua liberdade em troca de segurança, construindo como consequência o sentimento permanente de mal estar.
Os autores compreendem a necessidade de uma mensuração externa da saúde do indivíduo, mas é preciso observá-la a partir de uma visão crítica e realista.
Outro ponto demarcado é a cisão que se faz entre o corpo, a mente e o social. Não há como separar essas variáveis, pois atuam sempre em conjunto. A relação entre a psique e a somática tem sido estudada há tempos, e cada vez mais se inclina a não delinear uma clara divisão entre os dois.
Em relação a área social, autores já vem pesquisando, por exemplo, o processo que envolve o trabalho e a transformação de algumas respostas em somatização. Ainda sobre esse fenômeno, é possível observar que muitas doenças somáticas encontram sua origem em problemas psíquicos. Percebe-se ainda uma resistência por parte de alguns profissionais da saúde para compreender essa dinâmica e a importância do relacionamento com o cliente, através da colocação de confiança e responsabilidade. Ainda de acordo com a psicanálise, essa parceria e troca são denominadas de transferência, e, dependendo do estado do paciente, pode levá-lo a considerar o profissional uma figura possuidora de poder absoluto e onipresença, em alusão à figura do pai imaginário para uma