Saude publica

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Maria Paula G. Meneses
«Quando não há problemas, estamos de boa saúde, sem azar nem nada»: para uma concepção emancipatória da saúde e das medicinas
(texto não editado)

1. Introdução
Quando hoje em dia se fala de conhecimentos rivais, na maioria dos casos o ponto de partida das análises realizadas apresenta os sistemas de conhecimento modernos - caso da biomedicina - como formas globalizadas de saberes (Chavunduka, 1994, Wynne, 1994, Mappa, 1998).
Em vários trabalhos produzidos no continente Africano, o acto de localização de saberes dos ‘outros’ é o momento crucial na produção de uma relação de desigualdade, pois que a partir de então as formas de protecção e recuperação da saúde pré-medicina moderna passam a ser caracterizadas como terapias tradicionais, de âmbito local (Ngubane, 1981, Hewson, 1998). Quando as parteiras tradicionais, os curandeiros e da medicina verde, são concebidos como os principais componentes da ‘medicina tradicional’ (WHO, 1996) na realidade o que está em curso é uma simplificação extrema do conceito de saúde, onde não são tidas em atenção as especificidades históricas, económicas, políticas e culturais por detrás do desenvolver dos conhecimentos sobre saúde (Meneses, 2000).
Em Moçambique, na maioria dos trabalhos abordando a temática da ‘medicina tradicional’, o discurso predominante confere à ciência moderna um estatuto hegemónico de conhecimento, protegido e definido pelo Estado na qualidade de ‘saber oficial’. Pelo contrário, às formas de conhecimento nativas é atribuído um carácter secundariamente situacional (Marrato, 1995, Tsenane, 1999, Instituto Nacional de Estatística, 1999). A procura de uma definição de ‘medicina tradicional’, para além da diversidade e da heterogeneidade das práticas e saberes terapêuticos, está inscrita na ordem social resultante do processo de

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