Satre
O existencialismo sartriano sofreu influências de Husserl, Heidegger, Jaspers e Max Scheler. Por meio deles chegou à obra de Kierkegaard (1813-1855), filósofo dinamarquês que pela primeira vez lançou o grito de combate contra a filosofia especulativa, opondo-lhe a filosofia existencial. Nessa nova atitude, o filósofo de “carne e osso” se inclui a si mesmo no pensar, que até então se propunha objetivo e distanciado do vivido. Jean-Paul Sartre escreveu sua principal obra filosófica O ser e o nada em 1943. Mas em 1938 já havia publicado o romance A náusea. Seu pensamento é muito conhecido e gerou, inclusive, uma “moda existencialista”, também pelo fato de Sartre ter se tornado um famoso romancista e teatrólogo, sua produção intelectual foi fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França. Podemos dizer que há um Sartre de antes da guerra e outro de pós-guerra, de tal forma o impacto da Resistência Francesa agiu sobre sua concepção política de engajamento. A noção de engajamento significa a necessidade de um determinado pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginária e passa a estar situada e comprometida na ação. Assim, ao escrever a peça de teatro As moscas, que versa sobre o tema do mito grego de Orestes e Electra, Sartre na verdade faz uma alegoria à ocupação alemã em Paris. Com essa obra, inaugura o chamado “teatro de situação”. Ao lado de Simone de Beauvoir, também filósofa existencialista e sua companheira de toda a vida, Sartre participou da vida política não só da França, mas mundial. Apesar de marxista, nunca deixou de criticar o autoritarismo, sobretudo quando as forças soviéticas invadiram a Tchecoslováquia. Saía à rua em protestos e, com a impunidade que lhe conferia a sua figura de cidadão do mundo, vendia nas