Sao Luiz
FESTA DO DIVINO
Há muito tempo atrás, no século VI depois de Cristo, um homem chamado Carlos Magno, cristão fervoroso, lutou bravamente contra árabes – homens de religião diferente da sua. Tal feito, de bravura e lealdade cristã, tornou-o um verdadeiro herói, cantado em verso por quase toda a Europa.
No século VIII, muçulmanos da Mauritânia (os mouros) invadiram o sul da Península Ibérica. As batalhas dos cristãos duraram séculos, só depois é que venceram os mouros. Incorporada ao folclore, desde sempre, a história de Carlos Magno era atração nas vozes dos trovadores.
Em Portugal, nos idos do século XIII, a Rainha Isabel resolveu institui-la como uma festividade, ao feitio de uma representação dramática, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros. Em um grande campo, a batalha é representada de um lado por 12 cavaleiros vestidos de azul (a cor do cristianismo) e de outro por 12 cavaleiros vestidos de vermelho – os mouros.
No Brasil, essa representação dramática foi introduzida pelos jesuítas, com o objetivo de catequizar os índios e os escravos africanos. Sob o nome de “Cavalhada” é apresentada tal manifestação religiosa, não menos folclórica, reforçando aos fiéis o poder e a glória de sua religião sobre qualquer outra.
Dentro das comemorações cristãs encontramos o Pentecostes – festa católica celebrada 50 dias após a Páscoa em comemoração à descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos. Tal festa se relaciona com o batismo de Jesus, quando no rio Jordão os céus se abriram e o Espírito de Deus desceu em forma de pomba sobre Ele.
O costume de se homenagear o Divino Espírito Santo é do tempo do Brasil-Colônia, sendo encontrado em várias cidades do Brasil, como em Pirenópolis, por exemplo. Uma delas é São Luís do Paraitinga (SP), fundada em 1769, conhecida também como “último reduto de caipiras”, pois nenhuma cidade do Vale do Paraíba se empenha tanto em