Samuel
TEMA: A Arte como tratamento da doença mental: a abordagem terapêutica de Nise da Silveira
Introdução
Nise da Silveira entra em cena na sociedade científica em meio aos tratamentos ortodoxos da psiquiatria em relação aos ditos doentes mentais. De um modo geral, os tratamentos psiquiátricos do século XX se resumem em três: eletro choque, cirurgias psiquiátricas (lobotomias) e altas doses de medicamentos. Além disso, a medicina psiquiátrica estava pouco interessada no ambiente em que se encontrava o doente. Um claro exemplo disso é a arquitetura dos hospitais psiquiátricos, com altos muros, poucas janelas, evitando o contato do interno com o mundo externo.
Todos esses tratamentos, aos olhos de Nise, são extremamente desumanos e não produzem o efeito esperado, a cura dos doentes mentais, pelo contrário, apenas os impede de tentar retomar uma vida normal. E é partindo desses métodos e ideias que ela tenta modificar os tratamentos.
Desenvolvimento
Trabalhando como médica no Centro Psiquiátrico Pedro II, Nise não conseguia se adequar aos tratamentos utilizados nos internos, e então, é transferida para a área de terapêutica ocupacional, se tornando a dirigente do setor. Posteriormente e contando com a ajuda de artistas, ela funda o Atelier de Pintura, como uma alternativa ao tratamento psiquiátrico. As atividades do atelier eram principalmente a pintura, desenho e modelagem. Como ela mesma diz em seu livro Imagens do Inconsciente (1981):
O Atelier era inicialmente apenas um setor de atividade entre vários outros setores de Terapêutica Ocupacional [...] Mas aconteceu que o desenho e a pintura espontâneos revelaram–se de tão grande interesse científico e artístico que esse atelier cedo adquiriu posição especial. (op. cit., p.13)
Esse interesse científico e artístico pelo atelier se dava por causa dos doentes que o