Saberes Cientifico

SABERES CIENTÍFICOS:
UMA LEITURA A PARTIR DO FILME “NARRADORES DE JAVÉ”
ASSUNÇÃO, Alexandre Vergínio - UFPEL/ FAE /GEPIEC - [e-mail]
PERES, Lucia Maria Vaz - UFPEL/ FAE /GEPIEC - [e-mail]
Eixo: Currículo e Saberes / n° 02
Agência Financiadora: Sem Financiamento
O que é científico e o que não é científico? Existe uma verdade na ciência? Como ocorre a produção e a legitimação científica?
Introdução
Falar no que é e o que não é científico, nas condições que regem a sua produção e a sua legitimação, hoje, é engajar-se num espaço polêmico. Na educação, por exemplo, trabalhos e pesquisas que se inserem nesse espaço, notadamente no debate sobre posturas epistemológicas entre pesquisas quantitativas e pesquisas qualitativas, frequentemente pouco têm em comum, quando não se excluem. Não entraremos nesse debate, pois pensamos que o que importa, neste caso, são as exposições dos critérios
(implícitos ou explícitos) de sua produção e legitimação. Tentaremos então, baseados nesse pressuposto e nos diálogos que ocorrem no filme “Narradores de Javé”1, pensar sobre as questões acima colocadas, ou seja, utilizar o filme como um elemento detonador de reflexão sobre concepções e posturas ante a ciência, seus critérios e seus valores. O filme
Para tal, é importante, desde logo, descrever brevemente o enredo desse filme.
Trata-se da história de um povoado “fictício” chamado Javé. O termo “fictício” aqui tem outro sentido: o cinema como sendo arte, traz em suas narrativas um real potencializado ou eufemizado, mas sempre recolhe dados do vivido, de homens e mulheres em relação. Pois, conforme SILVA (2006, p.90), a realidade virtual é somente
1

NARRADORES DE JAVÉ. Eliane Caffé, Vânia Catani, Brasil/ França, Bananeira Filmes, 2003, DVD,
100 min. Filme com José Dumont, Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele, Luci Pereira e Benê Silva.

2 a realidade noutro suporte, não existindo realidade sem imaginação e nem imaginação sem realidade.