Saber e prática de saúde nas sociedades tribais e nos povos indígenas brasileiros antes da colonização
O objetivo de estudar o saber e a prática da saúde nas sociedades tribais e nos povos indígenas brasileiros é fazer uma reflexão sobre as diversas formas que os homens no convívio social enfrentaram, compreenderam e trataram os problemas de saúde e doença.
Desde os primórdios da história do homem e da civilização o pensamento místico era um ponto de partida para toda produção intelectual e da organização de vida comunal. O homem tirava a subsistência da natureza, amedrontava-se com os fenômenos naturais e interpretava-os como resultantes da vontade dos deuses.
A saúde e as doenças também eram interpretadas como resultado da intervenção divina. O tratamento das doenças era conferido a pajés, feiticeiros e sacerdotes que eram um intermediário entre os homens e os deuses e utilizavam de práticas de feitiçaria, amuletos, rituais mágicos, porções mágicas, oferendas e sacrifícios. Os feiticeiros também eram procurados para produzir males, curar e prevenir vinganças. A explicação das moléstias vem da religião e da magia, o que indica as medidas curativas.
Os primeiros registros sobre o Brasil eram documentos oficiais enviados ao Rei, que foram feitos por viajantes, historiadores europeus e jesuítas, que vieram para o país no período inicial da exploração e ocupação. O aspecto sadio dos índios, o clima fresco e os ares purificados eram exaltados nesses registros. Com o início da colonização várias doenças foram trazidas para o Brasil devido às más condições de higiene dos navios. Condicionou assim, um ambiente propício para a proliferação dessas novas endemias e epidemias que os indígenas não tinham resistência e muito menos conhecimento de tratamento.
Com a colonização doenças como varíola, febre amarela, cólera, peste, malária, lepra, esquistossomose, sarampo, escarlatina, sífilis, dentre outras, foram trazidas para o Brasil. Essas doenças quase aniquilaram