Saber ver a arquitetura
Sabemos distinguir um edifício criado e feito para o homem de um edifício-símbolo construído para representar uma ideia, um mito que impressione, se sobreponha, domine o homem; há, contudo, outro significado de escala que não diz respeito às proporções entre o edifício e o homem, mas sim as proporções do edifício entre si, de duas maneiras: com o equilíbrio das diretrizes visuais ou com a predominância de uma diretriz. Encontramos a predominância de uma diretriz nos templos egípcios de Karnac ou de Luxor( diretriz vertical), ou então na Basílica Bizantina(diretriz horizontal). Em contrapartida, no Gótico coexistem duas diretrizes: a vertical e a horizontal.
Se observarmos o Gótico italiano, francês e inglês, verificamos que o contraste se acentua à medida que mudamos de uma para a outra. Na Catedral de Milão, com suas cinco naves, a largura é muito superior á altura: predomina a diretriz longitudinal, e a vertical é uma diretriz tão secundária que o ambiente – todo o conteúdo iconográfico do “estilo” – tem características espaciais mais clássicas do que góticas. Na França, as alturas elevam-se bruscamente, permanecendo de 3 a 5 naves. Nas grandes catedrais inglesas, as diretrizes apresentam-se simultaneamente com igual valor.
A arquitetura gótica inglesa apresenta uma qualidade absolutamente moderna: a de expansão de possibilidade de crescimento, da articulação dos edifícios. Enquanto a Catedral de Milão ou