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Introdução
A aplicação dos estudos sociolinguísticos na escola tem sido um dos temas de interesse de pesquisas recentes. Entre as quais, destaca-se a de Bortoni-Ricardo (2004) que enfatiza o monitoramento da fala para a análise do português brasileiro no ambiente escolar e em outros ambientes sociais; como também as importantes contribuições das pesquisas de Mollica (1998, 2003) com análise de formas variantes da fala e sua possível influência na escrita de alunos da educação básica. Segundo Bortoni-Ricardo e Freitas (2009), desde seu início, a Sociolinguística, tanto a sua vertente variacionista quanto a qualitativa, demonstrou preocupação com o desempenho escolar de crianças provenientes de diferentes grupos étnicos e sociais, contribuindo, assim, para os avanços das pesquisas voltadas para as questões educacionais. Contudo, como bem colocam as autoras, tratar sobre os problemas educacionais não é uma tarefa fácil, haja vista que envolve questões mais abrangentes do que aquelas estritamente do ambiente escolar. Além de questões pedagógicas, há outras subordinadas a dimensões macrossociais como, por exemplo, a distribuição desigual de renda que, por sua vez, gera desigualdade social. Neste artigo será discutida, à luz de uma abordagem sociolinguística, a influência de aspectos da fala na leitura e escrita de alunos da primeira fase do fundamental, a pesquisa tem como objetivo distinguir, nas tarefas mencionadas, os erros cometidos pelos alunos decorrentes do pouco domínio das normas da escrita, e os supostos erros decorrentes da influência da oralidade. Para tanto, foram gravadas leituras dos alunos do 5º ano, como também solicitada uma tarefa de escrita a partir do texto lido.
Para dar conta da proposta, o artigo está estruturado da seguinte forma: na seção 1, será apresentada uma visão sobre os estudos sociolinguísticos e sua interface com o