ROSEMAR
Bater em uma criança é aceitável?
O que está por trás do ato de dar uma palmada?
O que isso diz sobre a criação de quem bate?
O que é ensinado às crianças quando se usa de violência física contra elas?
Por que alguns pais ainda batem em seus filhos?
O que as pesquisas têm mostrado sobre a suposta "eficácia" das palmadas como método de disciplina?
Existir uma lei que criminalize as palmadas é suficiente?
Que tipo de abordagem é melhor quando se deseja ensinar aos pais formas mais respeitosas e amorosas de disciplinar os filhos? E em que época da vida é mais favorável ensinar aos pais essas estratégias não violentas de educação?
Qual o paralelo existente entre a legislação canadense e a situação brasileira?
O que dizem as pesquisas dos últimos vinte anos sobre as consequências da punição física infantil?
No ano passado (2012), pesquisadores canadenses analisaram os resultados das pesquisas sobre castigos físicos infantis realizadas nos últimos vinte anos e divulgaram os achados no artigo intitulado "O castigo físico de crianças: lições dos últimos 20 anos de pesquisa", publicado no periódico científico CMAJ - Canadian Medical Association Journal . Os resultados da pesquisa, então, inspiraram o editor da revista a redigir um editorial especificamente sobre o tema, com comentários instigantes que estimulam a reflexão.
Eu e a neurocientista Andreia Mortensen, professora da Drexel University College of Medicine - ambas mães, pesquisadoras e ativistas pelo respeito à infância, radicalmente contra o uso de punições físicas e emocionais contra as crianças - traduzimos, então, o editorial e publicamos hoje aqui.
Nosso objetivo é estimular a contínua discussão sobre o tema e mostrar que, ao contrário do que alguns ainda dizem, a punição física não é o melhor método para disciplinar uma criança. E que, além disso, traz consigo uma série de más consequências com as quais as crianças precisarão