Romantismo na Prosa
A prosa literária brasileira começa de fato no Romantismo, com os folhetins, que são histórias publicadas em capítulos nos jornais. Quando uma dessas histórias fazia sucesso, era lançada em forma de livro. Assim nasceram quase todos os romances importantes do século XIX no Brasil.
A prosa romântica praticamente inexistiu durante o período colonial, ao contrário da poesia que se destacava pela qualidade, representada por Gregório de Matos, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga. Na ausência de uma tradição, os autores românticos tiveram que partir do nada, restringindo-se aos modelos dos romances europeus, já bastante difundidos entre nós na década de 1830.
O romance “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo é considerado o marco inicial do Romantismo no Brasil, por sua qualidade e sucesso entre os contemporâneos.
O florescimento da prosa de ficção, que se torna uma verdadeira mania, visto o afã com que eram acompanhados os romances de folhetins, se deu nas décadas de 1850 e 1860.
Quanto aos temas, além das complicadas histórias de amor, os prosadores românticos, engajados desde o princípio no projeto de criar uma literatura nacional, principalmente pelo espírito nacionalista em decorrência da independência do Brasil (1822), procuraram cobrir diversos aspectos da vida brasileira, idealizando-os quase sempre: a vida da corte, os ambientes típicos regionais, o índio, o escravo, a natureza tropical...
Os romances românticos podem ser classificados em:
• Romance urbano – desenvolve temas ligados à vida na cidade. Ambientam-se na época do autor e retratam os costumes da sociedade carioca do Segundo Reinado. Às complicadas histórias de amor e aos perfis femininos idealizados mesclam-se o estudo psicológico e a crítica à superficialidade e à duplicidade dos valores morais burgueses.
• Romance regionalista – aborda temas e situações que se passam longe dos centros urbanos. Focaliza a gente do interior, com seus costumes e valores