Romantismo na literatura
O Romantismo entra na Literatura portuguesa com a publicação dos poemas Camões (1825) e D. Branca (1826) de Almeida Garrett. O ambiente político (lutas entre liberais e absolutistas), o exílio deste, o seu temperamento, a época em que viveu, transformam o árcade que durante muito tempo se afirmou em Catão, na Lírica de João Mínimo, no Retrato de Vénus, quanto ao seu conteúdo, e nos poemas Camões e D. Branca, na linguagem, no grande romântico das Folhas Caídas e no grande pioneiro de uma linguagem coloquial, moderna, de Viagens na Minha Terra. Será, contudo, Alexandre Herculano o grande intérprete do Romantismo com a poesia de cor histórica marcadamente actual da Harpa do Crente e com o romance histórico (O Bobo, O Monge de Cister) decorrente na Idade Média, que constituirá o zénite do movimento literário. Porque mais tradicionalista, a Inglaterra está na sua origem; depois, irrompe na Alemanha com a peça dramática Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), um grito de revolta contra o imperialismo napoleónico e uma afirmação de nacionalismo e, como tal, o medievalismo, o regresso ao passado, o subjectivismo e, na sua sequência, o sentimentalismo. O subjectivismo dos filósofos alemães Kant, Fichte, Schelling e Schlegel conduz a um novo antropocentrismo. Por outro lado, o sentimentalismo afirma-se com o domínio do coração nos românticos sobre o da razão nos clássicos. Da Inglaterra vem-lhe o gosto de uma paisagem solitária, luarenta, saudosa, com as ruínas musgosas e evocadoras. As Estações de Thompson (1726-30) abrem caminho para a descrição da natureza saudosista, solitária, povoada de ruínas e cemitérios. O passado com a sua poesia, as suas tradições, serviu como reacção ao Classicismo aristocrata. É este ambiente que propicia o clima em que floresce a poesia e o romance de Walter Scott e é nele que se realiza a obra poética do insaciável aventureiro, revolucionário e sentimental Byron. Os nomes de Wordsworth, Macpherson, Coleridge e Shelley são