Contexto Histórico Nos fins de 1806, quando Napoleão decretou o bloqueio continental (nenhuma nação podia negociar ou ter relações de qualquer tipo com a Inglaterra), foi enviada D. João VI uma nota diplomática exigindo o fechamento dos portos aos ingleses, a prisão dos seus cidadãos e o confisco dos bens britânicos. O regente tentou colocar-se como apaziguador, mas Portugal acabou por ser invadido (novembro de 1807) pelo exército francês aliado ao espanhol que, sem ter perdido as esperanças, sonhava com a união ibérica. A família real e o governo fugiram para o Brasil e durante 14 anos a metrópole transformou-se em colônia da colônia. Aqui, a vida da corte, e lá, os invasores pilhando, roubando, matando. Parte do exército português foi dissolvida e o restante partiu para lutar por Napoleão. Quatro anos de guerra deixara o país em situação lastimável. Portugal, país saqueado, estava numa situação política muito confusa, pois era um protetorado inglês e colônia brasileira. A regência em Portugal, apesar de tantas mudanças, ainda mantinha os antigos métodos de governo, ou seja, a perseguição feroz aos liberais. Beresford (1768-1856, general inglês que foi nomeado para reorganizar o exército português) resolveu vir ao Brasil para obter de D. João VI amplos podres para reprimir e evitar o perigo do liberalismo (que na Espanha já triunfara desde o começo de 1820), como também para melhorar a condição do exército português. Nessa ausência houve uma revolta do exército (24/08/1820) que logi conseguiu novas adesões. Formou-se a “Junta Provisória do Governo Supremo do Reino”, que tinha como objetivo tomar conta da Regência e convoca uma assembleia para elaborar nova constituição. Foram organizadas as eleições para as cortes, e a grande maioria eleita – representativa da burguesia ou dos proprietários, comerciantes e burocratas – se dispôs firmemente a trazer de volta do Brasil o rei D. João VI (que só regressou em 1821). No retorno, o monarca jura a nova