Romantismo brasileiro. poesia. exercícios
a)
Quero morrer! Este mundo
Com seu sarcasmo profundo
Manchou-me de lodo e fel!
Minha esperança esvaiu-se
Meu talento consumiu-se
Dos martírios ao tropel!
b)
Nem uma luz de esperança,
Nem um sopro de bonança
Na fronte sinto passar!
Os invernos me despiram,
E as ilusões que fugiram
Nunca mais hão de voltar.
c)
Hora do pôr do sol – hora fagueira,
Que encerras tanto amor, tristeza tanta!
Quem há que de te ver não sinta enlevos,
Quem há na terra que não sinta as fibras
Todas do coração pulsar-lhe amigas
Quando desse teu manto as pardas franjas
Soltas, roçando a habitação dos homens
Há o prazer tamanho que embriaga,
Há o prazer tão puro, que parece
Haver anjos dos céus com seus acordes
A mísera existência acalentado!
d)
Essa menina é minha vida! É o meu sangue... o meu farol para os céus. Quem rouba mata-me de uma vez. Venha a morte ... fique ela para chorar por mim... um dia contará como um homem soube amar...
e)
O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem.
R.:
a) Evasão na morte.
b) Desilusão, mal do século.
c) Refúgio na natureza.
d) Supervalorização do amor.
e) Nacionalismo.
2 – (UFRJ – 2007)
TEXTO V
A lagartixa
A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas (ed. crítica de Péricles Eugênio da Silva Ramos/ org. Iumna Maria Simon). Campinas/SP: