Roma
Os soberanos constróem suas imagens de acordo também com os interesses sociais envolvidos em seus governos. O bom Príncipe opõe-se ao mau tirano por sua perfeição moral, tanto pública como privada. E é como um modelo de moralidade que o governante deve se mostrar para os seus súditos.
2 Os soberanos constróem suas imagens de acordo também com os interesses sociais envolvidos em seus governos. O bom Príncipe opõe-se ao mau tirano por sua perfeição moral, tanto pública como privada. E é como um modelo de moralidade que o governante deve se mostrar para os seus súditos.
3 Como demonstra Andrew Wallace-Hadrill, os Príncipes do Alto Império buscaram se apropriar de imagens vindas dos reis helenísticos e dos antigos cidadãos republicanos. O poder dos Imperadores romanos era absoluto e autocrático, mas era necessário criar uma imagem e um cerimonial que suavizassem esta autocracia aos olhos, principalmente, dos senadores, os guardiões das antigas tradições. Esses autocratas precisavam assegurar constantemente seu poder e para isso recusavam honras, tentavam se mostrar afáveis e acessíveis aos aristocratas e ofereciam cortesias para a plebe. Todo autocrata precisava fingir, de certa forma, para remediar deficiências na sua imagem, e isto era um processo natural e politicamente correto. Na teoria, o poder dos governantes vinha de fora, dos deuses, mas na prática, ele vinha do interior do próprio Império, do apoio conseguido junto aos grupos sociais
A autoridade legal do imperador derivava duma extraordinária concentração de poderes individuais e cargos já existentes na República Romana, mais que dum novo cargo político. Os imperadores continuavam eleitos regularmente como cônsules e como censores, mantendo a tradição republicana. O imperador ostentava na realidade os cargos não imperiais de princeps senatus (líder parlamentar do senado) e pontifex maximus ("sumo pontífice", máxima autoridade