Ritmo e imagem em "cidadezinha qualquer"
De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra literatura de origem latina litteratura é “a arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou em verso”. Além disso, literatura origina da palavra letra = primeiras letras, alfabetização. Entretanto, não podemos dizer que a sua significação ficará apenas restrita ao significado do dicionário. Dessa forma, podemos estudar a literatura em seu sentido amplo e restrito. Sendo assim, podemos constatar alguns fatos inegáveis: A literatura é uma manifestação artística; A palavra é o material da literatura, ou seja, literatura é a linguagem carregada de signos e significados; A literatura intensifica e transforma a linguagem cotidiana; A literatura é ficção, ou seja, é uma invenção da realidade e por fim, a literatura é também um objeto de cultura e consumo. A literatura subdivide-se em gêneros, sendo esses épico, dramático e lírico. Sendo este último, o objeto da análise a partir de outra subdivisão, a poesia. O texto poético é objeto de linguagem, ou seja, possui significado e possui comunicação. Através do texto poético podemos construir uma percepção e estilização do mundo, já que o sujeito lírico constrói a subjetividade. Além disso, o texto poético é composto pela ideia, pela imagem e pela musicalidade. Dessa forma, no primeiro momento, analisaremos o poema “Cidadezinha qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade sob a perspectiva da imagem, por conseguinte analisaremos com relação ao ritmo. Podemos afirmar que o poema é imagem, já que possui uma representação poética. O estudo da imagem dá-se pelo efeito icônico da espacialização e pelo reflexo da imagem do eu homem. O título do poema analisado “Cidadezinha qualquer” possui uma significação explícita daquilo que o poema trará de compreensão. O substantivo “cidade” no grau diminutivo, descreve um povoamento pequeno, afastado de grandes centros urbanos, isolado e pacato. Em sua continuação, o poeta adjetiva a