Risco
Risco, Seguro e Assistência Suplementar no Brasil
Ligia Bahia
Junho de 2001
Introdução
Este texto objetiva inventariar definições de risco
para examinar as
possibilidades e os limites da transposição destes conceitos para o sistema privado de planos e seguros saúde no Brasil. Para tanto as referências mais freqüentemente utilizadas pelas instituições gestoras de riscos são cotejadas com abordagens da epidemiologia, antropologia e sociologia que questionam os fundamentos da teoria econômica sobre riscos.
Estão relacionadas também, como um dos desdobramentos das dificuldades de ajustes conceituais e operacionais entre seguro e saúde, algumas críticas à utilização das ferramentas do cálculo dos prêmios de outros seguros para os seguros e planos de saúde. Finalmente procura-se apontar singularidades do mercado de planos e seguros no Brasil no que se refere especificamente às práticas de tarifação dos prêmios.
Risco
O termo risco designa incerteza de perda financeira. Também se refere a uma pessoa segurada ou perigo contra o qual se efetua o seguro. Nas sociedades modernas busca-se controlar a variabilidade dos eventos, compreender a natureza dos riscos, as possibilidades de medí-los e avaliar suas conseqüências para converter o futuro incerto em oportunidades de ganho que impulsione a sociedade. Nesse sentido o risco pode ser definido como a variação relativa dos resultados reais em relação aos resultados esperados (Bernstein, 1996 e Philips, 1998).
A literatura sobre seguro distingue dois tipos de risco.
O risco puro, situação
que envolve a chance de perda ou não, mas não a chance de ganho, e o risco especulativo. Sendo que os seguros estão voltados para a cobertura dos riscos puros.
Toda a base conceitual do cálculo do risco para os seguro está assentada na idéia de que as incertezas, isto é, as dúvidas conseqüentes à inabilidade para predizer resultados futuros afetam os processos de decisão dos indivíduos e empresas.