Riqueza das Nações
O mais interessante num livro de economia é sem dúvida como a teoria econômica utiliza, sobretudo na questão do desenvolvimento e do crescimento, algumas noções essencialmente filosóficas que também tem grande valia no cotidiano das pessoas e em questões que fogem à economia. É o caso, por exemplo, da produtividade do trabalho, do que produz um excedente de valor sobre o custo de reprodução, cuja analogia com o comportamento de alguém é bastante nítido: é preciso sempre ir além do mero dever, que no fundo não é nada, ou seja, se apenas cumpro obrigações, inútil que sou; mas se na obrigação vejo chances de fazer algo que não me foi pedido, o ganho será certo mais tarde.
Adam Smith é todo lucidez nesse tipo de argumento, e muito prático (outra vantagem de A riqueza das nações – não há teoria que se baste, mas cumpre-se – ou deveria – na realidade da vida). Questões como a probidade e a pontualidade são inseridas como determinantes para o crescimento e as pessoas não devem se concentrar apenas “no décimo sétimo componente de um alfinete ou no oitavo componente de um botão” sob o