Rinite atrófica em suínos
A Rinite Atrófica (RA) foi reconhecida pela primeira vez em 1830. É uma doença infecto-contagiosa, de alta transmissibilidade, e que se mantém no rebanho sem causar mortalidade. Classificada como uma doença endêmica, compromete animais na faixa de três a oito semanas de idade, sendo frequente nas criações confinadas em todo mundo, inclusive no Brasil.
A transmissão da doença ocorre por contato, de suíno para suíno ou através de aerossóis, por via aerógena. Matrizes, cronicamente infectadas, transmitem a doença às suas leitegadas, por contato nasal, durante o período de amamentação. Os leitões infectados se constituem em fonte ativa de infecção para outros suínos susceptíveis e disseminam a infecção nos reagrupamentos realizados no desmame e no início do crescimento. Os leitões infectados, nas primeiras semanas de vida, desenvolvem lesões severas e tornam-se disseminadores da infecção. Outros possíveis transmissores da RA são gatos, ratos e coelhos.
Embora a RA seja considerada uma doença multifatorial, a Bordetella bronchiseptica, a Pasteurella multocida tipo D e, mais raramente, a tipo A, produtoras de toxina dermonecróticas, são incriminadas como agentes primários. Existem autores que afirmam que a B. bronchiseptica causa apenas RA regressiva, enquanto que a P. multocida provoca RA progressiva. No entanto, não há dúvida que existe um sinergismo entre essas duas bactérias, já que a P. multocida agrava as lesões em suínos previamente infectados com a B. bronchiseptica. Essas bactérias aderem fortemente às células da mucosa nasal, multiplicam-se e produzem a toxina capaz de causar perda parcial dos ossos das conchas nasais, ocorrendo duas a três semanas após a infecção.
Os primeiros sintomas são observados em leitões lactantes. Inicialmente ocorrem espirros, corrimento nasal mucoso e formação de placas escuras nos ângulos internos dos olhos (devido à obstrução do canal lacrimal). Posteriormente, há desvio do focinho para um dos lados