RH
No atual contexto de desenvolvimento histórico da sociedade capitalista, notam-se mudanças cruciais nas configurações econômicas, sociais e políticas dos países, marcadamente a partir da década de 1970. Essas transformações conferem um tom diferenciado às posturas adotadas pelas empresas tanto quanto à concepção de produção como ao modo de gerir as pessoas.
Nesse cenário, muitas questões são colocadas à área de recursos humanos, de modo que o presente estudo propõe: a) descrever o panorama geral e os elementos determinantes de algumas mudanças na área de recursos humanos; b) apresentar o discurso vigente quanto às suas prescrições; c) levantar algumas considerações a respeito da função ideológica e dos efeitos dessas prescrições para os trabalhadores; e d) realizar algumas considerações sobre o potencial de ação das políticas de gestão de recursos humanos (RH) e do psicólogo diante desse quadro.
Para alcançar esses objetivos, realizou-se uma revisão bibliográfica que, se não exaustiva, pretendeu elencar os elementos básicos que constituem tanto o discurso empresarial a respeito da área de recursos humanos como os principais pontos de crítica levantados por autores pertencentes, principalmente, ao campo da Sociologia e da Psicologia do Trabalho. Por meio do diálogo entre essas duas literaturas, pretende-se transportar esse debate para o campo de atuação do psicólogo, já que ele é convidado a contribuir para as novas propostas na área de recursos humanos.
A discussão dessas temáticas é relevante para incentivar o desenvolvimento de profissionais de Psicologia e áreas afins com uma consciência crítica em relação a sua atuação, para questionar posturas arraigadas e propor reposicionamentos diante dos cenários que se configuram.
Dois conceitos guiarão boa parte das análises, sendo o primeiro o de discurso empresarial e o outro, o de classe trabalhadora. Quanto ao primeiro termo, esse tipo de discurso inclui-se na categoria de discurso ideológico e,