Revolução no trabalho
A era do emprego se encerra. Começa a era da prestação de serviços e dos trabalhadores pluriativos
Fonte: Revista Terra - http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/431/artigo98247-1.htm
POR LUIS PELLEGRINI
Como nossos filhos trabalharão amanhã? Mais do que nunca, esta pergunta ocupa os corações e mentes de todos os pais e mães empenhados na preparação de seus filhos prestes a se lançar na vida profissional. A preocupação é justa: as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho no mundo não configuram um panorama de simples transformações, mas sim de uma verdadeira revolução.
"Já hoje, há muito mais gente correndo atrás de um bom padeiro do que de um bom politécnico"
O francês Thierry Gaudin, fundador e presidente do Foresight 2100, uma das mais importantes organizações mundiais de prospecção de tendências econômicas e socioculturais, afirma que o modelo de organização do trabalho desenvolvido ao longo do século 20 passará por um processo radical de transformação. Tudo será diferente para as próximas gerações. "Para começar", diz Gaudin, "já agora, em todos os países desenvolvidos, observamos um grande número de pessoas evoluírem para: um retorno ao campo; o trabalho a distância, como a tecnologia permite cada vez mais; organizar a vida a partir de uma renda modesta; desempenhar algum trabalho mas, ao mesmo tempo, cultivar um pomar no fundo do quintal; reformar a casa com suas próprias mãos; viver a partir de pequenos serviços informais; ganhar a vida desempenhando funções e tarefas temporárias".
Essa descrição de um mundo do trabalho completamente diverso do até agora vigente, no qual ainda pontificam advogados, médicos, engenheiros, técnicos em informática, empresários, especialistas em aplicações financeiras e coisas do gênero, é mesmo surpreendente. Nas últimas décadas, toda a cultura ocidental, através da mídia e da educação, tentou nos persuadir de que o objetivo maior da existência era a ocupação de um posto