Revolução Francesa
A revolução francesa foi a maior de todas as revoluções liberais, quer pelo entusiasmo com que foi vivida, quer pelos extraordinários acontecimentos que lhe deram corpo, quer ainda pela enorme repercussão que teve. O processo revolucionário francês foi longo (1789-1804). Dele resultou uma nova ordem sociopolítica: o liberalismo. A partir de 1770, a França passou por um período de grande agitação politica e instabilidade social. O seu regime politico e social era profundamente injusto e desigual, já que assentava numa monarquia absoluta de direito divino e na tradicional sociedade de ordens.
1.1.Uma estrutura social anacrónica
A estrutura social da França, na segunda metade do século XVIII, permanecia aristocrática e tradicional: Os privilegiados, Clero e Nobreza, em menor, o Terceiro Estado, em maior número e sem privilégios.
Os Nobres e o Clero (cerca de 3% dos franceses) continuavam favorecidos pelos seus velhos privilégios, suportando um mínimo de encargos fiscais e vivendo à custa de rendimentos, pessoais e reais
O Clero tradicionalmente influente, transformara-se num ‘’estado dentro do Estado’’: possuía 10% das terras mais ricas, das quais recebiam impostos; regia-se por um estatuto legal especial: tinha tribunais eclesiásticos exclusivos. Esta minoria privilegiada do clero e da nobreza, que não era diretamente produtiva e estava isenta de contribuições para com o estado, continuava a deter um papel muito importante na cena política do país.
O fosso social, quer politico quer económico, era profundo entre a minoria privilegiada e o último estado da nação – o Terceiro Estado, que representava mais de 90% da população francesa.
Em relação aos camponeses e outros dependentes (80% da população), estavam submetidos ao pagamento de impostos e à prestação de obrigações (servidão já rara, porém não ausente). A burguesia endinheirada esclarecida e preparada intelectualmente liderava esse grupo de cidadãos. O Terceiro