Revolução cultural, romantismo e rock and roll
Monique Mendes Silva[1] moniquemendes_9@hotmail.com RESUMO
Lançando o olhar para os movimentos contraculturais que insurgem no panorama ocidental, e especificamente norte-americano, no período histórico designado de Guerra Fria, o presente artigo visa apontar a presença da sensibilidade romântica no gênero musical rock and roll, tomando-o como membro ativo da revolução que invadiu o cenário cultural da década de 1960, no intuito de destacar como correntes da arte e da cultura contemporâneas perpetuam a herança romântica, transformando-a e desenvolvendo-a.
PALAVRAS-CHAVE: Anos 1960. Contracultura. Romantismo. Rock and Roll.
GUERRA FRIA: A FALSA CALMARIA
Finda a Segunda Guerra Mundial, o mundo entraria num período historicamente instituído como Guerra Fria, onde literalmente todos os países estariam divididos sob a custódia política e econômica dos Estados Unidos da América ou da União Soviética, por meios de tratados estabelecidos no pós-guerra. Eric Hobsbawm em Era dos Extremos, ao fazer a leitura do desenrolar do capitalismo no século XX, tendo como fio condutor a contradição entre ideologias e tomando a Guerra Fria como uma “guerra religiosa” entre o comunismo e o capitalismo, fala-nos desse período como o tempo de grande produção cultural devido à relativa paz que o acordo oferecia. No entanto, como toda produção cultural, o próprio discurso historiográfico se veria dividido entre as versões sobre o recorte desse momento histórico sob o olhar das duas ideologias predominantes. Discussões a parte, consagrou-se que o período do pós-guerra até meados de 1980, estaria repartido em duas fases determinantes. A primeira, indo até aproximadamente a década de 1970, seria marcada pelas transformações geopolíticas do globo. Nesse ínterim, destaca-se o crescimento da influência ideológica do bloco comunista, em especial nos chamados