Revolução cubana
Luis Fernando Ayerbe analisa a construção do socialismo em Cuba a partir da revolução de 1959 com base, sobretudo, nas políticas de centralização econômica do Estado e nos seus efeitos sobre a sociedade cubana e sobre as relações internacionais do país. Em seu texto, atenta para as “várias formas de pressão econômica, política e militar” (AYERBE, s/d, p. 63) realizadas continuamente sobre Cuba pelos Estados Unidos, e como essas medidas acarretaram em desafios para a manutenção do projeto revolucionário. Diante do bloqueio econômico decretado em fevereiro de 1962, o país é então obrigado a “reorientar seu comércio para regiões distantes” (idem, p. 63), uma vez que as relações comerciais entre Cuba e EUA formavam o grosso das pautas de importação e exportação da ilha, e os Estados Unidos exerciam uma influência tal sobre os demais países do Caribe e América Latina, que o quadro que irá se constituir a partir de então é o de um impasse para a economia cubana. A partir daí será central na análise de Ayerbe a relação entre Cuba e União Soviética, cada vez mais fundamental para a continuidade da construção socialista, consolidada sob a gestão de Che Guevara no Ministério da Indústria, para “romper com o isolamento no âmbito regional e contar com o amparo de uma potência contra a política desestabilizadora implementada pelos Estados Unidos” (idem, p. 65). Acordos comerciais com a União Soviética e uma planificação da economia interna são elementos que permitem um aprofundamento da Revolução, embora a tentativa de construir uma indústria auto-sustentável não tivesse alcançado os resultados esperados, em parte, segundo o autor, devido à “forte dose de voluntarismo que caracterizava a política econômica” (idem, p. 66) de Guevara, e a certas desvantagens decorrentes dos acordos com o Leste Europeu. Além disso, sob influência do ministro, houve tentativas de diversificar a produção agrícola cubana, visando a auto-suficiência de abastecimento de