revolução comercial
Durante o chamado período manufatureiro do capitalismo, o longo processo de divisão capitalista do trabalho, descrito no capítulo anterior, criou as pré-condições técnicas que permitiriam o advento da revolução industrial. Naquele período (cerca de dois séculos - a partir de meados do século XVI), as atividades produtivas ainda eram executadas essencialmente com base nas habilidades manuais de trabalhadores muito qualificados em seus ofícios, verdadeiros artífices ou artesãos. A origem do termo "manufatura" vem exatamente daí (feito à mão).
À medida que a divisão capitalista do trabalho foi sendo introduzida e/ou aprofundada, e que cada vez mais pessoas trabalhavam concentradas no mesmo local, de maneira coordenada ou articulada, os coletivos de trabalhadores em atividade assemelhavam-se a mecanismos produtivos vivos, cujas partes eram constituídas por seres humanos. A necessidade de harmonização das diversas partes desse mecanismo vivo estimulava, por conseguinte, o aumento do controle capitalista, exercido inicialmente por meio de atividades rudimentares com relação ao que hoje chamamos de gerência, buscando garantir a disciplina no ambiente de trabalho. Quantidades crescentes de trabalhadores cada vez mais especializados concentravam-se em edificações produtivas que também cresciam.
Passava-se aos poucos da oficina, que abrigava os oficiais artesãos senhores de seu trabalho, específica a cada tipo de produto, para a fábrica, construída por uma complexa teia de tempos e movimentos de trabalhadores especializados na confecção dos componentes, os mais distintos dos produtos.
A maior decomposição das tarefas e a especialização de uma parte também crescente dos trabalhadores diretos, por sua vez, fazia com que os movimentos de intervenção desses trabalhadores no processo produtivo ficassem cada vez mais repetitivos e restritos a manipulações simples, "automatizáveis" à primeira oportunidade.
Como conseqüência, dentro de uma