Revolta Federalista do sul
Um dos lados em disputa era formado pelos republicanos ou pica-paus (devido ao uso de roupas azuis e quepe vermelho), organizados em torno do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) e tendo como principal líder o governador do estado, Júlio de Castilhos.
Os castilhistas haviam se fortalecido no poder após a Proclamação da República, em 1889, e devido ao seu ideário positivista de modernização conservadora da sociedade, davam especial papel ao Estado nesse processo. Deveria haver uma centralização estatal para garantir os rumos de um processo de industrialização, além da criação de um mercado consumidor regional para fortalecer essa modernização. A base de apoio social aos castilhistas se encontrava entre os proprietários rurais da região central e norte do Rio Grande do Sul, além da burguesia industrial e comercial.
A eles se opunham os defensores de uma estrutura de governo menos centralizada no Rio Grande do Sul, e estavam organizados em torno do Partido Federalista. A liderança era exercida principalmente por Silveira Martins, sendo conhecidos como federalistas ou maragatos, termo uruguaio dado aos estrangeiros de origem espanhola.
Muitos dos federalistas eram liberais-conservadores que apoiavam os ideais monárquicos. Sua base social de apoio e origem eram os grandes latifundiários produtores de charque e couro do Sul do estado. Eles estavam insatisfeitos com a intervenção do Estado na economia, ação empreendida por Júlio de Castilhos, que havia intensificado a cobrança de impostos e criado barreiras ao