protestos

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Protesto pacífico
O ímpeto freado pelo medo. Oito meses após os protestos de junho, a população continua descontente com os serviços públicos, mas receia participar de manifestações por temer pela própria segurança. É o que mostra um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas realizado entre os dias 12 e 14 de fevereiro com 511 habitantes de Curitiba. Enquanto 86% dos entrevistados apoiam a realização de novos protestos (sendo que 9% apenas concordam se houver mais controle), 93% dizem que não se sentiriam seguros em participar de novos atos após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, vítima de um disparo de rojão. O apoio aos protesto reduziu em relação ao ano passado, de 94% em 2013 para 79% agora.
A relevância dos grupos organizados também reforçou a desaprovação da opinião pública. Os black blocs, conhecidos por apenas 35% dos entrevistados em pesquisa feita em 2013, hoje são notórios para 66,5% dos curitibanos. Mesmo assim, só 7% dos que os conhecem apoiam a tática de manifestação. “As pessoas não querem quebra-quebra. Elas querem que o Estado dê condições para que possam protestar contra ele. E o Estado, ao não dar segurança para isso, acaba enfraquecendo as passeatas”, observa o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
A avaliação da polícia, por outro lado, é relativamente positiva. Apenas 21,3% consideram a atuação policial em passeatas ruim ou péssima, enquanto 32% a consideram boa ou ótima. Cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Cezar Bueno de Lima afirma que o dado é preocupante. “Essa questão aponta para uma origem da violência muito mais atribuída à sociedade civil do que à polícia. Isso é sintomático de uma sociedade de controle, que tem raízes no pensamento social brasileiro militarizado”.
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