revolta da chibata
A situação da Marinha Brasileira era notoriamente de defasagem em relação aos outros países do mundo ou mesmo da própria América Latina. Isso se dava tanto em suas condições técnicas e de armamento quanto na realidade do cotidiano dos marinheiros. O grande corpo da Marinha era formado por negros e mulatos que tinham sido alforriados ou libertos em 1888 com a Lei Áurea. Mas quem ocupava de fato os cargos de comando, as lideranças, eram militares brancos. Naturalmente, os brasileiros não deixaram de lado simplesmente com a abolição da escravatura o preconceito e a discriminação com os negros. Na verdade, a discriminação com os negros cresceram após a abolição e os mesmos enfrentaram sérias dificuldades para se sustentarem e sobreviverem depois do decreto. Tal situação foi transportada também para a Marinha Brasileira.
Havia sido prática comum em todos os países do mundo a punição física dos marinheiros em decorrência de condutas inadequadas. Essa punição se dava normalmente através de chibatadas. Entretanto, quando foi proclamada a República Brasileira, o país seguiu uma ordem que já estava vigente na marinha dos países do mundo e determinou também no Brasil o fim das punições físicas aos seus marinheiros. Todavia, um ano depois, em 1990, o governo brasileiro permitiu a ocorrência de punições novamente aos marinheiros.
A punição era regulamentada e exercida através de chibatadas aos punidos. Era estabelecido um limite de punição máxima de 25 chibatadas. Esse tipo de punição se assemelhava muito as punições sofridas pelos escravos anteriormente, e como os punidos tendiam sempre a serem negros pairava no ar ainda a idéia de uma continuação das práticas escravistas. Além de que, dentro das próprias