revolta da chibata
Primeira República.
Em 1910 a Marinha Brasileira era formado por negros e mulatos que tinham sido alforriados ou libertos em 1888 com a Lei Áurea, mas quem ocupava os cargos de comando, e as lideranças, eram militares brancos. No mundo todo era comum a punição física em marinheiros, em decorrência de condutas inadequadas. No ano de 1900 o governo brasileiro estabeleceu um limite de punição máxima de 25 chibatadas.
Em 1905 uma comitiva levou vários marinheiros para a
Inglaterra, onde Indignados com o atraso da Marinha
Brasileira foi organizado clandestinamente uma revolta sob liderança do marinheiro, João Candido Felisberto. No começo de novembro de 1910 o marinheiro Marcelino Rodrigues
Menezes foi preso pelas forças da Marinha por ter levado bebida alcoólica para dentro do navio oficial. A pena foi de 250 chibatas na frente de todos os marinheiros no encouraçado
Minas Gerais
Os marinheiros se reuniram no navio Minas Gerais na noite do dia 22 de novembro para dar início a revolta. Aguardaram o comandante
Batista das Neves, que havia saído para jantar, cercaram-no em seu retorno matando-o com tiros e coronhadas. Os outros oficiais que estavam na embarcação foram sendo assassinados. No dia 23 emitiram uma carta escrita por João Cândido, exigindo o fim dos castigos corporais, a melhora na alimentação e a anistia para os revoltosos. Em caso contrário, os marinheiros que se somavam aproximadamente dois mil e que reuniram as maiores embarcações da
Marinha Brasileira, ameaçavam bombardear a cidade do Rio de
Janeiro, a partir da baía de Guanabara. No dia 26 de novembro o presidente Hermes da Fonseca aceitou as reivindicações dos revoltosos que se entregassem, e assim eles baixaram as armas.
Poucos revoltosos sobreviveram.
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul em 24 de junho de 1880. Filho de escravos, ele costumava acompanhar seu pai nas viagens feitas para conduzir o