Resumos
Sobre palavras e redes libertar
Vou começar falando de uma vespa, famosa e conhecida, que pode ser vista pelos campos numa eterna caçada que se repete há milhares de gerações. A vespa procura uma aranha. Trava com ela uma luta de vida e morte. Pica avarias vezes, paralisando-a viva. Arrasta-a, então, indefesa, para o seu ninho, um buraco na terra. Deposita os seus ovos. Depois disto saí e morre. Tempos depois nascem às larvas que se alimentarão da carne viva da aranha. Crescerão sem ter nenhuma mestra que lhes ensine o que fazer. A despeito disto, farão exatamente o que fizeram sua mãe, sua avó, e todos os ancestrais, por tempos imemoriais...
Educação perfeita, sem mestres e sem consciência. Na verdade, educação alguma, porque o conhecimento já nasce solidário com o corpo e faz com que o corpo faça o que tem de fazer. Repetição sem fim. Cada geração reproduz a outra. Graças à repetição e à reprodução a vida é possível. Já imaginaram o que ocorreria se, a cada nova geração, tudo devesse começar da estaca zero? Memória perdida, experiências passadas perdidas, apenas o organismo vivo frente a um mundo que ele não conhece, não entende, do qual não sabe o que esperar incapaz de separar o comestível do não comestível, incapaz de reconhecer (o que é impossível sem a reprodução de um passado!) o ambiente amigo, sem nada saber sobre o que fazer para perpetuar-se. Livre do passado, esta vespa gozaria a liberdade absoluta, liberdade que termina sempre na morte. De fato, a reprodução de aberrações genéticas é algo a ser evitado. Mas isso de forma alguma anula