Resumo
CANIGLIA, M. Terapia Ocupacional: Um enfoque disciplinar. Belo Horizonte: Ophicina de Arte & Prosa, 2005.
Caniglia considera que a forma como algumas associações de classes e profissionais definem a Terapia Ocupacional chega a ser um problema para a formação da identidade do profissional. Segundo a autora existem definições que focam a Terapia Ocupacional pelos recursos e meios utilizados em sua prática ou ainda pelas inter-relações entre terapeuta, atividade e paciente, restringindo os recursos do processo terapêutico e consequentemente de evolução da profissão enquanto ciência.
A autora defende que a definição deve deixar claro o objeto de estudo da profissão e não somente seus instrumentos ou suas áreas de intervenção, pois uma definição baseada no objeto de estudo da Terapia Ocupacional caracterizaria seu produto e contribuição social.
Caniglia, que é uma das principais críticas aos modelos de definição existentes atualmente propõe a seguinte definição:
A Terapia Ocupacional é uma ciência que se dedica ao estudo da performance funcional do indivíduo, ou seja, estuda a habilidade do indivíduo de desempenhar tarefas cotidianas que precisa ou quer fazer, assumindo papéis.
Verificamos que a definição apresentada por Caniglia busca deixar claro o foco de estudo da profissão, que é a performance funcional do indivíduo. A discussão e opção de Caniglia sobre a definição de Terapia Ocupacional mostra-se pertinente, principalmente devido ao fato desta definição identificar e diferenciar a profissão das outras da área de saúde, deixando claro seu objeto de estudo, sua ciência, caracterizando sua disciplinaridade e em contrapartida sua interdisciplinaridade.
Caniglia diz que a:
[...] construção do objeto de trabalho da Terapia Ocupacional teve influência das áreas de formação profissional de seus formuladores como enfermagem, medicina, serviço social, artes e da concepção de saúde da época. A saúde era vista como o equilíbrio mente-corpo, atividade-repouso,