RESUMO
Descreveram-se as doenças imunopreveníveis que, embora apresentem características epidemiológicas distintas, têm na vacinação seu principal meio de controle. Foram consideradas o sarampo, a poliomielite, a difteria, a coqueluche, o tétano (acidental e neonatal) e a raiva humana, a partir do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) (internações) e de dados fornecidos pelo Centro Nacional de Epidemiologia-CENEPI (notificações). Nas internações, utilizou-se como fonte de informação da morbidade o diagnóstico ou o procedimento realizado, devido às características do banco de dados ou da patologia. Consideraram-se ainda as particularidades para coqueluche (faixa etária do internamento) e para raiva humana (motivo de alta). Entre os resultados encontrados, salientam-se a identificação da epidemia de sarampo, em 1997 e 1998, e a coerência de internamentos por faixa etária para coqueluche, além de sugerir fortemente subnotificação de casos de tétano acidental e baixo número de internações para tétano neonatal. Conclui-se que o SIH/SUS, apesar de algumas limitações, apresentou grande potencialidade como sistema complementar à vigilância e monitoramento das Doenças de Notificação Compulsória (DNC), sendo ágil na identificação de epidemias, além de mostrar coerência com o traçado da série histórica fornecida pelo CENEPI. O estudo gerou sugestões, tanto ao CENEPI como à Secretaria de Assistência à Saúde - SAS/MS na busca de aperfeiçoamento do SIH/SUS como sistema complementar de vigilância epidemiológica.
Palavras-chave: Doenças Imunopreveníveis; Sistema de Informações Hospitalares; Vigilância Epidemiológica; Monitoramento. Introdução
Nas últimas décadas, o Brasil vem assistindo a um declínio tanto da mortalidade como da morbidade por doenças infecciosas e parasitárias em todo território nacional, embora com intensidades diferentes em função de características regionais ou locais.1 Apesar dos avanços conseguidos, as doenças infecciosas continuam sendo importante