Resumo
Professor João Luiz
O Brasil, por conta da sua vastidão territorial e sua posição geográfica apresenta uma variedade imensa de ingredientes, logo, não se pode esperar outra coisa dos hábitos alimentares presentes no país. Ou seja, temos um patrimônio gastronômico muito forte.
O norte e o nordeste do Brasil, também por conta das chamadas “drogas do sertão”, despertaram grande interesse nos colonizadores portugueses, que acabaram incorporando os produtos nativos a seus hábitos alimentares
(exemplos são o Pirarucu de casaca e a Sopa de tartaruga). Algumas receitas nativas, inclusive, tiveram seu consumo associado a festividades religiosas portuguesas, como é o caso do famoso Pato no tucupi. Logo, nessas regiões se concentra a maior parte do patrimônio gastronômico brasileiro.
Os elementos africanos também têm uma certa presença na nossa culinária. No Maranhão temos o Cuxá, onde a vinagreira (verdura típica africana) é a base do prato. Já na Bahia, essa influência africana é ainda mais marcante, pois além das preparações normais realizadas nas cozinhas dos engenhos pelas negras, estas também faziam preparações dedicadas aos orixás do Candomblé, como é o caso do Acarajé, que conquistou o mundo. A massa de feijão fradinho, frita em óleo de dendê oferecida à orixá Oyá-Iansã foi, em 2004, tombada pelo IPHAN como patrimônio imaterial. Além disso, alguns pratos indígenas também foram alterados pelas cozinheiras africanas, como é o caso do Caruru, prato que tem como base quiabo, crustáceos, peixe e ervas, e que acabou recebendo o dendê e o amendoim (e que é servido na data festiva católica de São Cosme e Damião).
No Sudeste, os sertanistas, que povoaram o interior da colônia criaram pratos bem diferentes, novamente, unindo seus hábitos alimentares ao dos nativos, que foram muito importantes para a sobrevivência desses desbravadores. Essa comida tinha uma característica bem mais rústica e era uma comida fácil de