Resumo
Na introdução do livro “Cultura, um conceito antropológico”, (LARAIA, R.B – 24° edição, Rio de Janeiro: JORGE ZAHAR Ed., 2009) temos o primeiro contanto com uma obra que deseja ser acessível e introdutória para a temática da cultura antropológica. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira uma discussão sobre a formulação do conceito de CULTURA durante uma trajetória da antropologia como ciência, passando por teorias de diversas épocas e de variados cenários. Entrando na segunda parte, encontraremos a atuação de forma prática da cultura no homem, onde fica evidente a formação cultural de um indivíduo a partir de um molde social pré-estabelecido.
Em sua obra, Laraia discute teorias como o determinismo biológico (diferenças genéticas determinam culturas diferentes) e geográfico (diferenças geográficas determinam culturas diferentes), provando o descaso dessas teorias e como elas foram inutilizadas pela antropologia moderna. Para criar uma base antropológica, o autor fornece definições como o etnocentrismo (olhar social beneficiando e centralizando uma determinada cultura, partindo da perspectiva da cultura própria), endoculturação (processo de aprendizado de uma determinada cultura, onde se inicia no nascimento do indivíduo e termina em sua morte) e aculturação (duas culturas se encontram e uma se sobrepõem a outra. Conceito ultrapassado).
Em suma, cultura é universal a vida social da humanidade, assim se destacando do NATURAL – o que não é relacionado a tradições sociais, tudo o que não é comportamento aprendido e que transcende o domínio das normas, hábitos e costumes. Enfim, tudo que não é particular, – e partindo para a particularidade humana. Utilizo aqui uma definição de Edward Burnett Tylor (1871) – “Cultura é todo o comportamento aprendido, aquilo que independe de uma transformação genética”. Podemos dizer então que cultura é tudo que não é natureza, mas sendo assim NATUREZA uma definição