Resumo: O trabalho no período colonial é o ponto principal deste texto. Nesta época, as relações de trabalho se constroem a partir do abuso e coação dos empregados por parte dos empregadores, predominando em grande escala o trabalho forçado e compulsório, apesar de, em alguns casos, haver remuneração. Segundo o Instituto Indigenista Interamericano, no início da década de 2000 a população indígena no país era de aproximadamente 340 mil indivíduos. Na época do descobrimento, porém, o peso demográfico indígena era muito maior, além da distribuição espacial destes povos, e por vários anos, a mão-de-obra indígena foi peça-chave nas relações de trabalho no Brasil. Muitas tribos viviam em aldeias de cerca de quatrocentos a oitocentos habitantes produzindo apenas para subsistência e para atender às necessidades da população local. Havia a prática da agricultura, caça, pesca e coleta, e não havia preocupação com excedentes, dificultando a obtenção de determinados alimentos por parte dos portugueses recém-chegados, visto que as trocas eram realizadas apenas caso interessasse os nativos. Com o início da extração de pau-brasil no litoral brasileiro, (a princípio com presteza dos indígenas) as exigências dos habitantes locais aumentavam cada vez mais, chegando a requisitar como produtos de troca até armas de fogo portuguesas, o que tornava sua mão-de-obra mais dispendiosa para os europeus. Com a introdução do cultivo de cana-de-açúcar iniciou-se o processo de escravidão dos indígenas, com a justificativa de aprisionamento dos índios que mostravam-se arredios à conversão à fé católica, ou até mesmo aos praticantes de tradições repulsivas pelos europeus, e, no século XVI, muitos indígenas eram introduzidos compulsoriamente no trabalho dos engenhos. Em 1600, estima-se que haviam cerca de cinqüenta mil índios nas atuando nas áreas estipuladas pelos extrangeiros. O trabalho indígena compulsório foi importante até meados do século XVIII, quando surgiram também os