Resumo - Ética na Imprensa (Eugênio Bucci)
Rafael de Amorim Albuquerque e Mello
Capítulo 1 – Faz sentido falar de ética na imprensa Ao começo da obra, Bucci narra uma série de celebres casos recentes da história do telejornalismo brasileiro, todos eles atrelados a TV Globo. Seriam eles: a omissão da rede para com o movimento Diretas Já (1982); a eleição de Fernando Collor de Mello (1989), contando com apoio descarado da rede (admitido inclusivo por Roberto Marinho numa entrevista para o Jornal da Tarde, 1993), e o impeachment do mesmo em 1992. Com este pano de fundo, o autor lança o questionamento que intitula o capítulo 1. Faz sentido falar de ética na imprensa onde organizações jornalísticas que promovem isso são ilesas. Considerando ainda o peso dessa corporação: “Uma mentira narrada como verdade pelos locutores da Globo não é a mesma coisa que uma mentira publicada num quinzenário de uma pequena cidade” (Bucci, 2000, p. 31).
A própria centralização do poder midiático brasileiro é problematizada como questão ética, já que a concorrência faz parte do jogo democrático contido no jornalismo. Ele lembra que, apesar do jornalismo assumir um modelo empresarial, antes de ser um negócio ele possui uma função social. Mas pouco disso se fala da imprensa. Para Bucci, quando fala-se de uma ética de imprensa, fala-se, na verdade, de uma etiqueta (boas maneiras do repórter, se invadem a privacidade do entrevistado). Não que isso não seja importante, mas anula outras dimensões mais profundas do que seria ética no jornalismo. “Essa discussão só tem um interessado: o cidadão. Ninguém mais.” (Bucci, 2000, p. 32).
Capítulo 2 – A síndrome da auto-suficiência ética
A síndrome da auto-suficiência é o nome da segunda parte do livro. Bucci inicia problematizando o fato dessas discussões só terem começado há tão pouco tempo e de maneira tão supérflua. Para ele, atribuir ao “sistema” seria algo muito simplista, visto