Resumo - O sistema dos objetos de J. Baudrillard.
O meio ambiente tradicional
Unifuncionalidade, inamovibilidade, presença imponente e etiqueta hierárquica. Cada cômodo possui um emprego estrito que corresponde as diversas funções da célula familiar e ainda remete a uma concepção do individuo como de uma reunião equilibrada de faculdades distintas.
Este recinto é um espaço especifico que tem em pouca conta um arranjo objetivo, pois os móveis e os objetos existem ai primeiro para personificar as relações humanas, povoar o espaço que dividem entre si e possuir sua alma.
Antropomórficos, estes deuses domésticos, que são os objetos, se fazem, encadernado no espaço os laços afetivos da permanência do grupo, docemente imortais até que uma geração moderna os afaste ou os disperse ou as vezes os reinstaure em uma atualidade nostálgica de velhos objetos.
O objeto moderno liberto em sua função
As coisas dobram-se, desdobram-se, são afastadas, entram em cena no momento exigido. Claro, estas inovações não tem nada de uma livre improvisação: na maior parte do tempo essa maior mobilidade, comutabilidade e conveniência são somente o resultado de uma adaptação forçada à falta de espaço. É a pobreza que inventa. A “ausência de estilo” é primeiro ausência de espaço e a funcionalidade maximal uma solução da adversidade onde o domicilio, se perder seu confinamento, perde a organização interior.
Assim se apresenta o conjunto moderno de série: desestruturado: nada vindo compensar o poder de expressão da antiga ordem simbólica. Todavia há progresso: entre o individuo e aqueles objetos mais flexíveis no seu uso, que não exercem nem simbolizam mais a coerção moral, a relação é mais liberal: o individuo por meio deles não se acha mais estritamente dependente da família. Encontra em sua mobilidade e multifuncionalidade maior liberdade de organização, reflexo de disponibilidade maior em suas relações sociais.
Hoje em dia finalmente os objetos transparecem claramente em sua serventia. São pois livres