Resumo "O narrador" de Walter Benjamin
1 - O narrador de uma obra narrativa às vezes pode parecer próximo pela constante presença durante o desenvolvimento da história, mas não o é porque não está presente entre os leitores e /ou ouvintes, ele narra fatos distantes, em tempo ou espaço e é sempre observado à certa distância, para garantir o misticismo, a dúvida, a pluralidade de interpretações e a surpresa.
2 - A narração é sempre originada de uma experiência de vida, seja ela oriunda da tradição repassada por gerações ( o saber do passado) , seja ela adquirida de vivências distantes ( saber de outro povo/terra).
3 – Benjamin divide os narradores tradicionais em dois tipos : o camponês sedentário: se apropria do saber do passado, conhecem bem as tradições e histórias da terra onde viveu. o marinheiro comerciante : se apropria do saber de terras distantes, adquirido em experiências fora de sua terra de origem.
Segundo o autor Leskov seria uma mistura dos dois tipos de narrador, narrando fatos com um saber de distância temporal ( experiências históricas, tradicionais), como espacial (experiências de mundo, de sua viagem pela Rússia).
4 – O senso prático é uma característica da narração. Em muitas narrações a sabedoria tem um senso utilitário, constituindo ensinamentos morais, sugestões práticas ou normas de vida e o narrador adquire um papel de ‘conselheiro’. Este ‘aconselhar’ tem o seu embasamento nas existentes sabedorias populares.
5 – A narração está fortemente vinculada à tradição oral, à sabedoria popular e seu narrador acaba se transformando em um conselheiro. O romance, por sua vez, não procede dessa mesma tradição oral, mas de um indivíduo isolado e complexo que não recebe nem dá conselhos, mas anuncia a riqueza do ‘viver’. O narrador conta sua própria experiência ou àquela narrada por outros buscando relacionar-se à experiência de seus ouvintes.
6 – O mundo atual é o das informações rápidas, em grande quantidade e cada vez mais