Resumo A Ralé Brasileira
INTRODUÇÃO:
- A reprodução da desigualdade social no Brasil é fruto de sua legitimação, não com seu passado longínquo.
- Visão “economicista” da realidade social brasileira: reduz os problemas sociais e políticos à lógica da acumulação econômica. Expõe-se a realidade através de números e estatísticas, sem criticar e refletir sobre a mesma. O economicismo esconde o desconhecimento sistemático.
- Falsa oposição entre o mercado e o Estado: ignora a ambiguidade de ambas as instituições. O Estado é visto como o vilão, o aproveitador das massas, enquanto permite-se a eternização dos privilégios econômicos de uma minoria sob forma de interesse coletivo na luta contra o governo.
- O economicismo enxerga a sociedade como composta por agentes racionais que têm as mesmas condições e capacidades. Há uma falsa concepção de que a condição de pobreza foi azar e pode ser facilmente revertida através de uma ajuda passageira: justifica o assistencialismo e ignora os fatores sociais, emocionais, morais e culturais que causam e reproduzem essa pobreza.
- Encobre os conflitos sociais mais profundos e fundamentais da sociedade brasileira.
- A pobreza começa e se perpetua na falta de transferência de valores materiais e imateriais (este último ignorado pelo economicismo): exemplos, estilo de vida culto, naturalidade, adequação a certas condições formais, relações privilegiadas...
- Tomam-se como invisíveis esses fatores para legitimar os privilégios das classes mais favorecidas. Privilégios “justos”, fruto do esforço ou talento.
- “A legitimação do mundo moderno como mundo ‘justo’ está fundamentada na ‘meritocracia’” (página 22). Há, na verdade, um desigualdade de condições (valores materiais e imateriais) que, desde o nascimento, tornam a conquista do mérito injusta. Há a falsa ideia de que, para o sucesso profissional, só é levado em conta o desempenho, quando existem “precondições sociais para o sucesso supostamente ‘individual’” (página 22).
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