Fichamento Ralé Brasileira
2. DESTAQUES:
PARTE 1
O Mito Brasileiro e o Encobrimento da Desiguladade
Capítulo 1 – “A Construção do Mito da “Brasilidade”
(P. 29) Nós, brasileiros, somos o povo da alegria, do calor humano, da hospitalidade e do sexo. Em resumo, somos o povo da “emocionalidade” e da “espontaneidade” enquanto oposição à racionalidade fria e ao cálculo que caracterizaria supostamente as nações avançadas do centro da modernidade. Do Oiapoque ao Chuí, todo brasileiro, hoje em dia, se identifica com esse “mito brasileiro”. Todas as nações bem-sucedidas, sejam ricas ou pobres, possuem um mito semelhante. O “mito nacional” é a forma moderna por excelência para a produção de um sentimento de “solidariedade coletiva”, ou seja, por um sentimento de que “todos estamos no mesmo barco” e que, juntos, formamos uma unidade. Sem a construção de um sentimento de “pertencimento coletivo” desse tipo, não existe nação no sentido moderno, nem sentimento de compartilhamento de uma mesma história e de um mesmo destino.
A Construção da Identidade Nacional Brasileira
(P. 32) A noção moderna de “nação” é um processo, como todo processo social, de luta contra ideias rivais. Como toda ideia está ligada a interesses econômicos e políticos de toda espécie, esse tipo de luta é, quase sempre, difícil, lenta, e muitas vezes, sangrenta. No Brasil isso não foi diferente. As guerras e rebeliões intestinas, que durante todo o século 19 rasgaram o país de alto a baixo, testemunham as resistências que a ideia da nova nação teve de enfrentar para se sobrepor aos interesses econômicos e políticos locais de todo tipo.
(P. 37) Para quem não costuma refletir sobre o papel das ideias no mundo, é certamente uma surpresa ser confrontado com a “historicidade” e com a contingência das ideias que nos fazem o que somos e o que pensamos. Freyre construiu a autoimagem moderna do brasileiro sobre si mesmo nesse