Resumo "A narração do fato", Muniz Sodré
INTRODUÇÃO
“Homem antigo narrava os acontecimentos essenciais à conexão das coisas que, em sua totalidade, constituíam o cosmos ou mundo enquanto forma primordial de sua existência”(p9). Já em contrapartida, “na Modernidade, a ilusão mítica dá lugar à ilusão metafísica, que Karl Marx viria a chamar de ideologia”, (p.9). O autor indica que na antiguidade os relatos históricos ñ eram desvinculados dos mitos, ou seja, realidade e mito andavam em parceria e constituíam uma mesma “esfera” de raciocínio.
Ideologia = “sistema de ideias/ pensamentos organizados, por parte de um grupo ou individuo, portanto, um instrumento doutrinário da classe em ascensão, sujeito às distorções da realidade ou dos fatos em favor da vitória na argumentação” (p10). Isto é, discursos que travam jogos de poder. Na acepção semiótica “a ideologia é aqui uma força de integração social” (p10).
O autor faz uma relação que “a imprensa ocidental alimenta-se [...] de uma ideologia da transparência pública”. Ele indica que o jornalismo é uma das atividades que se encontra na “esfera pública” (em um conceito quase harbermasiano), a qual diz respeito ao espaço em que a ideologia ou a racionalidade burguesa se materializava em instituições (cafés , clubes, jornais...).
No seu nascimento, a imprensa pretendia esclarecer um público. “a imprensa traz consigo a novidade ideológica da liberdade de expressão, mas sem abandonar por inteiro a garantia de alguns velhos recursos mitológicos, a exemplo da construção, de uma narrativa sobre si mesma como entidade mítica que administra a verdade dos fatos sociais, e mais, a retórica encantatória na narração fragmentária sobre a atualidade” (p12). Dentro dessa autonarrativa, a imprensa dá a garantia ao cidadão de representação da sua palavra e pensamentos, de modo que a criar um contrato entre os meios de comunicação e a sua comunidade receptora.
Paradigma da Comunicação: “Busca de uma transparência discursiva ou ideológica,