resumo a identidade anormal
Parece, no entanto, ocorrer contradição entre a visão de anormalidade construída historicamente e a existência de indivíduos que possuem anormalidades evidentes, como surdez ou cegueira que acarretam dificuldades independente do meio social em que vivem. Em diferentes épocas a doença foi vista como possessão, desequilíbrio da totalidade do homem, reação do organismo em busca da cura, ou mais modernamente como desvio quantitativo do funcionamento regular. Em todas as visões a procura de seu desvendamento implicou sempre em intervenção sobre ela.
A ciência moderna retirou da doença a explicação sobrenatural e possibilitou a intervenção controlada.
A concepção hegemônica moderna de anormalidade social tem utilizado como base o paradigma biológico, na medida em que essa ciência já teria chegado a alto nível de certeza na distinção entre o estado normal e o patológico, ao considerar a doença como um desvio do estado habitual (de saúde).
Outros tipos de anormalidade, sem alteração orgânica são produzidas nas relações sociais, como a delinquência ou a doença mental. Mas todas elas respondem a determinações historicamente construídas. O cego só foi identificado, não por diferença orgânica, mas na relação que esses indivíduos mantinham com o meio, impossibilitando-os de se constituírem como seres normativos.
A deficiência mental como a conhecemos, foi construída a partir de uma exigência por determinadas formas de produtividade intelectual. Os deficientes mentais seriam aqueles que não conseguiam se constituir como normativos.
Entretanto, o processo de normalização inerente às exigências da sociedade industrial constitui algo radicalmente novo por atingir as mais diferentes atividades humanas, tudo normatiza-se.
As escolas normalmente se instituem os métodos pedagógicos, o hospital surge a possiblidade de recursos humanos e