Resumo A era do vazio - Gilles Lipovetsky capítulos 1 e 2
A nossa época tem uma onda básica muito característica, que institui um ambiente de proximidade, de ritmo e afetividade liberado do registro da Lei. Toda a vida das sociedades contemporâneas passou a ser ditada pela nova estratégia que deixou de lado as relações de produção pelas relações de sedução. Porém, essa promoção da sedução, junto com a era do consumismo logo mostrou seu lado ruim. Seduzir e abusar por meio do jogo da aparência, reconduziu à versão eterna da sedução, da astúcia, da mistificação e da alienação de consciências.
A sedução não se trata de uma superestrutura, de uma ideologia, mas sim de um espetáculo, que transforma o real em representação falsa.
Com toda luxúria dos produtos, serviços e imagens, a sociedade revela com clareza a grandiosidade da estratégia da sedução. Não apenas induz ao acúmulo, mas também identifica-se com a repetida multiplicação de escolhas, como por exemplo, os canais por assinatura. De agora em diante, o self service e atendimento à la carte designam o modelo geral da vida sociedade, caracterizando uma tendência global de reduzir as atitudes autoritárias e dirigistas, e concomitante, aumentar as escolhas particulares, privilegiando a diversidade e fórmulas de programas independentes, focando no individualismo. Porém, a sedução não tem nada a ver com a representação falsa e alienação das consciências. É ela que dirige o mundo e aumenta e diversifica nossas opções de escolhas, substituindo a homogeneidade pela pluralidade. A verdade da sociedade pós moderna é uma sociedade aberta e plural. Essa sedução é no sentido de que o processo de personalização flexibiliza e suaviza os quadros rígidos, dando espaço para as individualidades do homem.
O mundo do trabalho é onde a resistência à sedução é maior. Com a sedução, já deixaram o espaço de trabalho mais aberto, trabalhando com a concordância e ajuda mutua. No momento atual a organização flexível se vê presente nos horários flexíveis,