resumo era do vazio
Lipovetsky busca traçar a nova formação social, caracterizada pela flexibilização moral, porém com cores fortes a delimitar a fronteira do certo e errado. Significa uma constante exigência moral nas relações, mas uma moral ampla e ajustada a cada individualidade. Por isso, uma era sem ideologia, sem imposições de sofrimentos éticos. É um vazio sem catástrofe e sem drama. Diante de tudo isso, um referencial continua o mesmo e cada vez mais forte: o indivíduo e seus direitos de se desenvolver solipsisticamente.
1. O autor inicia por invocar o poder da sedução numa sociedade propensa a isso, ou seja, num hedonismo dominante no meio social. Isso está ligado com o espetáculo do acúmulo que não multiplica os bens, mas as opções de cada indivíduo; significa a multiplicidade de escolhas de produtos e de serviços, compondo uma crescente variabilidade de escolhas e facilitando a construção individualizada de cada eu. Logo, são possíveis infinitas combinações na intenção de estruturar o indivíduo. Como conseqüência, a velha alienação oriunda da imposição de opções limitadas cede lugar para as inúmeras “verdades” a serem escolhidas. A cultura pós-moderna emancipou e autonomizou o indivíduo definitivamente, ou seja, concretizou a promessa moderna.
2. O vazio, ao contrário do esperado, não trouxe angústia, não provocou atordoamentos, mas apatia a determinadas questões. Daí surge a indiferença pelo excesso de possibilidades socializadoras. A apatia gera a aceleração das experimentações e explorações.
3. O narcisismo é invocado para representar a época contemporânea, principalmente quando se trata da sociedade norte-americana, mas não só, nestas, ele está espalhado pelos rincões do mundo. O significado disso encontra-se no amor-próprio, sem precisar de outra pessoa para alcançar a felicidade. Diante disso, o narcisismo surge de um hiperinvestimento ordenador