Resumo: A captura da subjetividade pela violência simbólica da indústria cultural.

1613 palavras 7 páginas
A captura da subjetividade pela violência simbólica da indústria cultural.

Neste texto as autoras Caniato, Cesnik e Rodrigues, baseando-se em obras de Adorno, Horkheimer, Maar e Freud, fazem uma reflexão sobre a violência internalizada, causada pela Industria cultural (cultura de massa), onde o indivíduo manifesta traços sadomasoquistas, e torna-se indiferente ao próprio sofrimento e sofrimento alheio. Impedido de direcionar sua agressividade a essa violência externa, ela volta-se ao próprio ego do indivíduo, expressando-se em autopunições, principalmente no sentimento de culpabilidade, delineado por Freud (1930). Os autores aprofundam a proposição marxista de que no capitalismo as produções humanas tornam-se alheias ao próprio homem, sendo que a própria cultura é um produto que passou a ser utilizado para dominar os homens e mantê-los na condição de opressão. A “cultura” passou a ser regida pelas leias da mercadoria, e não mais como ela deveria ser, de acordo com Adorno (1986a), que afirma que a cultura deveria proporcionar aos indivíduos os elementos necessários para uma oposição crítica à realidade e, com isso, ferramentas para a construção de sua autonomia; ou como descreveria Freud (1930/1981), a cultura serve para “distanciar a nossa vida de nossos antecessores animais, proteger-nos da natureza e regular as relações dos homens entre si”. Com base nisso, podemos entender que a indústria cultural não é cultura. Ela não é algo construído pelos próprios indivíduos, mas imposto. Seu objetivo primeiro não é a melhoria das condições humanas, mas o lucro. A indústria cultural vai na contramão da construção da autonomia, visto que busca manipular as massas de consumidores e lhes transmitir padrões de comportamento conformistas. Ou seja: “o consumidor não é rei como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é sujeito da indústria, mas seu objeto” (Adorno, 1986b). Os indivíduos, nessa perspectiva, são tratados ardil e glamourosamente pela indústria

Relacionados

  • A Feminilidade Em Freud
    38343 palavras | 154 páginas
  • Hiperatividade: sintoma de quem?
    7031 palavras | 29 páginas
  • EMPOWERMENT NO SETOR BANCÁRIO: EMANCIPAÇÃO DO TRABALHO OU CONTRADIÇÃO DO DISCURSO?
    7217 palavras | 29 páginas
  • Psicologia Facil Ana Merces Bahia Bock
    80905 palavras | 324 páginas
  • efeito do uso de anti depressivos a longo prazo
    44135 palavras | 177 páginas
  • nao tenho
    15800 palavras | 64 páginas
  • MONOGRAFIA FINAL 21
    36003 palavras | 145 páginas
  • A emergência do escravo-agente na historiografia brasileira da escravidão entre os anos 1970 e 1980
    57708 palavras | 231 páginas
  • Subjetividade maquínica de guattari
    46952 palavras | 188 páginas
  • A VIOLÊNCIA ESCOLAR NO CONTEXTO DA RELAÇÃO ENTRE BIOPOLÍTICA E EDUCAÇÃO
    89141 palavras | 357 páginas