MONOGRAFIA FINAL 21
O mundo do trabalho, ao longo dos anos sofreu várias mudanças. Tais transformações provocaram impacto na vida dos indivíduos, que são obrigados a conviver com lógicas de mercado extremamente mutantes, criando uma situação de constante instabilidade e de ameaça que é vivenciada como um mal inevitável dos tempos modernos, e cuja causalidade é atribuída ao destino, à economia ou ainda às relações sistêmicas (HELOANI e LANCMAN, 2004). Diante de tal demanda, o que se observa, no contexto da atualidade do trabalho são relações que promovem o adoecimento e sofrimento dos trabalhadores, originados da relação destes com os objetivos e exigências das organizações.
A relação entre trabalho e a saúde mental dos indivíduos é uma questão que vem sendo estudada, ao longo de muitos anos. Segundo Merlo (2002), a ideia que o trabalho é capaz de trazer diversas conseqüências para a saúde do indivíduo é muito antiga, sendo inclusive o tema destaque do filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin, que retratava a violência produzida pelos processos de produção do fordismo e taylorismo.
Segundo Mendes (1995), o desenvolvimento industrial e a acentuação da divisão entre concepção e execução do trabalho, a aplicação direta destes princípios, trouxe graves prejuízos à saúde física e mental dos trabalhadores, em consequência de prolongadas jornadas de trabalho, ritmo acelerado da produção, fadiga física, não participação no processo produtivo e parcelamento das tarefas.
Como modelo teórico metodológico, a psicodinâmica do trabalho de Dejours (2004a) postula que o trabalho tem grande relevância na constituição da identidade dos indivíduos. Tendo uma visão marcada pela amplitude de sua construção, a psicodinâmica do trabalho tenta contemplar através de seus conceitos centrais a realidade do trabalhador, levando em consideração o seu fazer no trabalho partindo da subjetividade do indivíduo implicado em suas atividades (DEJOURS, 2004a,).
O trabalho se configura como exercício de