Resumo: Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais.
Introdução Os povos indígenas do Nordeste não foram objeto de especial interesse para os etnólogos brasileiros. Nas bibliotecas e no mercado editorial são muito raros os trabalhos especializados disponíveis.
Uma etnologia das perdas e das ausências culturais Com o passar dos anos a sociedade esta tendo um grande papel para a perda das características de povos nativos. Antropólogos e etnólogos realizam estudos e levantam teses de que muitos povos estão se tornando mestiços, ou seja, estão misturando suas culturas antigas, com culturas mais atuais, as chamadas de “modernas”. Com isso, muitos povos estão perdendo os costumes deixados pelos seus antepassados.
A construção do objeto “índios do nordeste” É a partir de fatos de natureza política – demandas quanto à terra e assistência formuladas ao órgão indigenista – que os atuais povos indígenas do Nordeste são colocados como objeto de atenção para os antropólogos sediados nas universidades da região. Em 1975, estabeleceu-se um termo de cooperação entre a FUNAI e a UFBA no sentido de que esta pudesse vir a gerar estudos que subsidiassem programas de assistência e desenvolvimento aos povos indígenas do estado. Embora essa articulação tenha tido curta duração, estimulou o aparecimento de um primeiro “grupo de trabalhos”. É como uma resultante desse contexto que surge a primeira tentativa de definição dos “índios do nordeste” como uma unidade, isto é, um “conjunto étnico e histórico” integrado pelos “diversos povos adaptativamente relacionados à caatinga e historicamente associados às frentes pastoris e ao padrão missionário dos séculos XVII e XVIII”.
Situação colonial e territorialização A noção de territorialização é definida como um processo de reorganização social que implica: 1) a criação de uma nova unidade sociocultural mediante o estabelecimento de uma identidade étnica diferenciadora; 2) a