resumo say

5019 palavras 21 páginas
1. Introdução
Imagine que você jamais tenha escrito ou dito a frase "os eleitores brasileiros são idiotas" e que você não pense desta forma, mas que, por diversos motivos, venha a ficar famoso, quase dois séculos depois de sua morte, exatamente por terem afirmado repetidamente que você pronunciou essa frase. Pois é o que acontece com a Lei de Say, que jamais escreveu que "a oferta cria a sua própria procura", mas que é inevitavelmente conhecido por ter escrito algo que nunca escreveu.
Poucos postulados da economia deram margem a tantas interpretações equivocadas, algumas por incapacidade de entender as coisas simples, outras por solércia, quanto o que se tornou conhecido como Lei de Say. Principalmente depois que Keynes a deturpou na Teoria Geral (porque precisava, em conformidade com seus padrões éticos, proceder desse modo para construir sua "nova economia"), gerações sucessivas de estudantes, que depois se tornam professores e economistas, repetem qual papagaios o refrão "a oferta cria a sua própria procura", sem jamais terem lido uma página sequer de Say. É constrangedor quando uma mentira se transforma em um apotegma.
Este artigo não tem a pretensão de ser original. Seus objetivos são tão somente o de tornar mais acessível na língua portuguesa e de maneira não deturpada as ideias de um grande economista, o de mostrar como Keynes distorceu suas ideias, o que gerou e ainda gera grande confusão sobre o que ele realmente escreveu e, por fim, argumentar no sentido de que ele pode ser considerado sem nenhum favor como um importante precursor da Escola Austríaca de Economia. Nele, descrevo análises sobre Say e sua obra e acrescento informações que acredito sejam importantes para caracterizar Say como um austríaco, ou um pré-austríaco, mas de qualquer forma um homem à frente dos demais de seu tempo.
De fato, o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832) pode sem dúvida ser considerado como um dos mais importantes predecessores da Escola Austríaca. Nascido

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